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O Projeto

18/07/2015 14:36
Site criado e mantido pela Escola Dep. Antonio Leite Tavares - Projeto Cangati à Iara Alunos Autores: José Eduardo Janilson Rayane Welington Professor Orientador: Walter Cadete. (88) 999658230  Atuando como protagonistas em sua comunidade, os estudantes procuram estabelecer um novo elo de...
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De Cangati a Iara

Segundo trabalhos acadêmicos realizados. Por volta de 1850 só existia na Iara um quartel de regência militar construído para guardar a fronteira, Paraíba- Ceará. Além de poucas casas de soldados que trabalhavam no quartel. Por conveniência do Estado acabou-se o quartel, porém o tenente regente não quis sair (Tenente Lisboa).  Em passagem por esse local a família de José Vicente Viriato vinda de Pombal Paraíba e Vale do Piancó gostou das terras e as comprou do Estado. Voltando para reivindicar as terras encontrou o Tenente o qual estava apossado das terras. Construiu uma capela (Foto 1) para um de seus filhos que era Padre, sendo esta uma das construções mais antigas do Distrito. Devido o Governo não ter dado a posse da sua propriedade, Vicente Viriato entrou em conflito com o Lisboa onde este durou seis meses. O Estado interveio na questão e resolveu tomar parte na defesa do Tenente, enviando tropas para desalojarem os “agressores” da aldeia.

            

 

Os Viriatos se fortificaram com a ajuda dos flagelados da seca devidamente armados e começaram a resistir dando baixas sucessivas vezes nas tropas governamentais. Para alimentar os “aliados”, os Viriatos começaram a saquear alimentos nos sítios vizinhos, a população alarmada pediu ajuda ao governo o qual pediu reforço ao Imperador e as policias das cidades Paraibanas vizinhas. De surpresa e ao toque de trombetas tomaram as quatro estradas de Cangati encontrando os Viriatos divertindo-se ao toque da harmônica (instrumento musical daquela época). O combate começou e durou a noite inteira, pela manhã viam-se corpos amontoados pelo chão, sangue regando a terra e aves de rapina alimentando-se da carne humana. Os homens que se vestiram de mulher conseguiram escapar, (as mulheres eram poupadas) e três foram capturados e levados para Fortaleza. Após um plano bem sucedido fugiram pelo esgoto e se esconderam no Cariri.

Neste quadro de desolação e descrédito, num possível recomeço, chega em Cangati o celebre missionário do Nordeste, Padre Ibiapina (foto2), o qual pregou missões, construiu um cemitério em mutirão e construiu uma barragem aliviando o sofrimento da população diante da seca da época. Em uma procissão ao sitio Lisboa, trouxeram uma cruz de aroeira carregada por peregrinos que se queixavam do peso da madeira. Após, o padre a aspergir com água benta o peso ficou leve e continuaram a procissão. Na sua última pregação o padre disse: “este lugar terá o nome de Boa Esperança e se o povo se unir será um grande lugar, se não de Cangati não passaria.”

No inicio do século XX, a segunda geração dos Viriatos vieram para Boa Esperança e montaram uma usina de beneficiamento de algodão, e foram descobrindo o potencial econômico do local. A feira livre as segundas-feiras, atraia comerciantes de Cajazeiras-Paraíba e de municípios vizinhos do Ceará. Muitos fixavam residência e juntando-se aos que moravam por aqui, iam construindo residências comerciais, escolas e prestações de serviços necessários a nova vida em Boa Esperança. Assim crescendo, o local tornou-se Distrito de Aurora até o ano de 1952.

Todo esse empreendimento na área pública vinha por intermédio de uma família que tinha interesse político na região. Em 1963, foi publicado no Diário  Oficial do Estado,a criação do município de Iara, desmembrando-o de Barro, ato assinado pelo vice-governador em exercício Joaquim de Figueiredo Correa. A condição para que permanecesse município seria que a classe política local nomeasse o prefeito. Os políticos não se entenderam a cerca dos nomes sugeridos, decidiram que aguardariam o período eleitoral para fazê-lo. Logo depois em 1964 veio o golpe militar que revogou todos os atos dos governos democráticos, dentre estes, a criação de novos municípios. Por esse motivo a Iara voltou, pela segunda vez, a condição de distrito. Dessa forma, o lugar foi se esvaziando, com breves períodos de revigoração como 1967 e 1969 em que ocorreu o asfaltamento da BR-116 e a construção do açude local, que provocou o alagamento das lavouras, o desmoronamento das casas próximas às margens sem nenhuma medida governamental que indenizasse seus donos. O prédio da usina de algodão precisou ser demolido, a estrada passou para o entorno do Distrito obrigando o fechamento de vários empreendimentos que se desenvolvia às suas margens. 

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